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sexta-feira, 18 de março de 2011

Dez anos sem Joey Ramone

O ano de 2011 foi cheio de acontecimentos que chocaram a humanidade como o atentado às torres gêmeas. Mas bem antes disso, minha vida sofreu o pior de todos os golpes: uma das poucas (senão única) alegrias que eu tinha na vida que era ver aqueles que fizeram não só a trilha sonora da minha vida e seus principais momentos, mas criaram um novo jeito de ser, e participar de um ritual que era assistir a seus shows com os ''amigos'' e todos gritarmos, berrarmos celebrando a energia de estarmos vivos e podermos mudar os erros deste mundo, perdeu-se para sempre. Jeffrey Hyman, o meu amado ídolo Joey Ramone, após longo sofrimento e ter derrotado uma vez uma doença terrível que é o cancer, teve uma recaída e após um período de melhora que deixou tranquilo Marky Ramone (naquéla época passando um semestre inteiro na América do Sul e longo tempo na cidade em que nasci e morei a maior parte da vida - São Paulo) faleceu no dia 15 de abril de 2001. 
Este dia também matou o último sopro de juventude que eu pudesse ter, a última esperança de poder esperá-lo no aeroporto, ir ao hotel conversar com ele, mesmo que por poucos minutos e me abriu os olhos para uma série de mentiras que eu andava vivendo, mais atenta a esperar por suas ocasionais vindas ao Brasil que perceber que viva cercada de falsidade, interesse e ganância. Neste mesma época, houve a privatização de quase tudo no Brasil e milhões de pessoas ficaram desempregadas em idade considerada obsoleta pelo mercado de trabalho. Sabíamos que o último dia de trabalho poderia ser o último dia trabalhando e tendo um salário para o resto de nossas vidas. E que aposentadoria, só para quem cumprisse a pena de 35 anos contribuindo para o INSS e vivesse até os 75 anos.
Some-se a isso assaltos, alagamentos e a violência já tradicional de São Paulo e você entenderá meu desgosto em viver. 
Mas eu tinha uma filha pequena, minha Little Ramona, e por causa dela, fui começar tudo de novo bem longe, no meio do mato, ao lado de uma cidade pequena, mas com  o que a opinião pública pensa que é uma infra estrutura, Curitiba, e ali só adicionei a esta receita mais discriminação, assédios e violências.
Parti de novo e agora, quando esta data nefasta completa uma década, um acontecimento veio a sacudir os fãs que tão carinhosamente mantém a memória de meu ídolo viva: o livro I slept with Joey Ramone escrito por seu irmão: Mitch. 
Mickey Leigh, seu nome artístico, era até então muito querido por mim e pelo líder do Fã clube e meu amigo, Douglas Ramone. Acostumados ao jeito tímido e ao literalmente imenso líder dos Ramones e de uma geração, ficamos todos muito felizes e ansiosos para ler o livro.
Eu o comprei assim que foi disponibilizada reserva pela Simon and Schuster e demorei dois meses para o recebimento. 
Assim que ele chegou, eu o devorei (600 páginas) em quatro dias. Ri, chorei e me emocionei muito com o livro e o traduzi em 25 dias. Então decidi buscar apoio na comunidade de fãs para sua publicação e divulgação. 
Ali já começaram os problemas:
- insultos
-acusações
-ridicularização
e a cereja no bolo: um garoto espalhou que Mickey tinha escolhido um garoto para fazer a tradução.
Não pude confirmar a verdade deste argumento, mas ele deixou bem claro que eu seria processada se publicasse o que quer que seja.
Então Mickey Leigh veio ao Brasil (pasmem) com Ritchie Ramone. Um Ramone desaparecido há tempos, e que sempre se recusava a vir ao Brasil quando contatado.  Porque Mickey veio ao Brasil se seu livro não seria lançado? Porque ele se tornou sócio de um amigo que morava no Rio de Janeiro e abriram uma loja com o nome Joey Ramone Place. Que eu bestamente divulguei, inclusive. E ele veio para a inauguração.
Apesar de ter contato com ele no Myspace, no facebook e no twitter, eu achava estranho que, ao contrário do Marky, CJ e Tommy, ele na maioria das vezes ignorava minhas mensagens ou demorava para responder.
E quando veio ao Brasil, não foi diferente. Ele me ignorou completamente. Deixou bem claro que não estava nem um pouco interessado em pessoas comuns e apenas em trazer uma artista de novela da globo e divulgar (c0mo se ela precisasse de publicidade), deixando que ela assassinasse clássicos dos Ramones no famigerado show.
O pen drive com a tradução do livro foi parar no fundo de um armário. Muita coisa se perdeu.
Mas, meu amor pelo Joey e pelos Ramones, que tanto influenciaram a minha auto estima exacerbada e minha personalidade e modo de viver, nunca acabaram.
Por isso, aqui está minha visão do livro, que tem relatos não confirmados e até negados pelos demais Ramones. 
Isso descarta qualquer possibilidade de invejosos, arruaceiros e similares incitarem algum tipo de ação legal.
Espero poder compartilhar com os ocasionais fãs e leitores perdidos nestas páginas o que soube deste grande e inesquecível personagem, que cantava:


I don´t care about history
that´s not where I wanna be


eu não ligo para a história
não é onde quero estar.



Mesmo assim, e talvez até por ter ousado ser original, Joey, o tímido Jeffrey, entrou para a história.



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